MAR! MEU CONFIDENTE!
© Joaquim Marques
Nas tuas profundezas
guardo as minhas certezas...
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Teu fundo está bem distante
És medonho, inspiras medos
A um qualquer navegante...
Mas lá, guardas meus segredos!...
Nesse teu ar inconstante...
Nem sempre és tenebroso;
Em mar alto, és arrogante
Em mar chão, és amoroso
Tuas ondas carinhosas
Ao dissolverem, nas areias;
Deixam lágrimas saudosas
Derramadas por sereias
Dessas lágrimas, algumas...
Dependendo das marés;
Se transformam em espumas
E se embebem em meus pés.
Não me queiras mal, ó mar!
Porque nem tanto mereço;
Ao som do teu marulhar...
Tanta vez eu adormeço!
Nas profundezas impolutas
Num silêncio envolvente;
Meus segredos tu ocultas...
Ó mar! És meu confidente!...
PORTUGAL
2010