COMPREENSÃO


Porque compreendi...
Hoje, entendo todo o meu viver..                                                    E, na missão de que vim incumbido, 
todo meu passado está incluído:
viver, amar, sorrir, chorar. sofrer...

Porque compreendi...
A missão estar ainda inacabada,
continuo, sem quaisquer desvios,
enfrentando todos os desafios
até chegar ao fim da longa estrada.

Porque compreendi...
Ao percorre-la, muito aprendi 
e, do tanto que li, quase nada sei.
Em coisas, eu cri; noutras não acreditei.
Mas, de concluir a missão, jamais esqueci.

Por isso...
Caminho, hoje passo a passo.
E, sem animosidade contra alguém,
vou exortando quem posso, para o bem
deixando, quando dá jeito, meu abraço.

Talvez, por tanta compreensão...
É que ainda ando por cá.
Mas, quando chegar a hora da partida...
Não sei como dizer na despedida,
se adeus para sempre, se até já!?


                                                                              © Joaquim Marques            




                                                                               Gaia/ Porto 
                                                                                                     PORTUGAL
                                                                                                     04-09-2017






MULHERES E PAZ


Enquanto homens se guerreiam  
Em combates bélicos ou orais,
quem melhor que a mulher
para conseguir o que eles, homens,
conseguirão jamais!?

Só a mulher é capaz
de, ao pensar com o coração,
conseguir a Paz.

O respeito pelos direitos humanos
quase não existe!

A discriminação subsiste!

Mulheres e crianças são as que mais sofrem
com tudo isto…
E,  seus direitos violados e desrespeitados
têm visto!

Numa conjuntura de “conflito e pós-conflito”,
situações que se agravam constantemente,
os resultados maléficos que daí advêm
são devastadores para aquelas que os têm .

Para mulheres, com mais ou menos idade,
o apoio de que necessitam nunca chega 
ou,  se  chega, já é tarde.

Mulher, que pense com o coração e lute pela Paz,
 para o conseguir, de tudo é capaz!

Mulher e jovem mulher,
qualquer delas, sabe o que quer…
mas, continuam, no entanto, a  serem vítimas
da delinquência ilegal…
Todavia a Lei da proteção, muita vez ignora
e deixa de cumprir seu papel principal.

Mulheres que lutam pela Paz,
enquanto “muitos” homens, acham  ser “legítimo”
verem  seus corpos  como alvos, nos campos de batalha.
“Alguns”, consideram-nas até, “despojos de guerra”
com direito a  serem entregues aos vencedores,
 como qualquer  troféu!...

“Mulheres pela Paz”, lutem sempre por ela
Sem olhar para trás!


                © Joaquim Marques            


Gaia/Porto


PORTUGAL










SONHO QUIMÉRICO

Num sonho quimérico, me vais encontrar
se te deixares embalar p'las ondas calmas
dum grande oceano que saúda almas
ansiosas, com beijos de espuma...
E abraços salgados d'água de mar!...


Numa quietude impressionante
mistérios da noite chegam entretanto!
Ecos plangentes - de sereias - o canto
se fazem ouvir em acordes de anjos
trazidos pela brisa, a cada instante.


Das ondas do mar, faço meu leito!
No escuro do céu olho as estrelas!
Uma se realça entre todas elas...
Durante a noite ela é meu luzeiro.
E ao raiar o dia dorme em meu peito.


Sentado nas dunas, quis lembrar quem eras!
Em versos de sonho descrevi teu rosto;
entre a neblina eu vi seu esboço
que, logo em seguida, se desvaneceu.
Acordei e percebi que sonhei quimeras..


 
© Joaquim Marques           



Gaia/Porto .. PORTUGAL





Eu, a Poesia e Portugal
              

Amar a poesia é meu destino
Vate da lira, escrevo em versos
Alegrias, tristezas e retrocessos
Do mundo poético sou paladino.

Em belos jardins, brancas açucenas
Me fazem lembrar a cândida beleza
Que há no teu rosto e na Natureza
Quando vento agita tuas melenas.

Elas são cortinas de duas janelas
Que ofuscam o brilho do mais doce olhar
Quando ele, absorto... observa o mar.

Oceano nómade, partilha afinal...
Seus beijos, nas praias onde faz seu leito.
Dorme no Brasil, acorda em Portugal!



© Joaquim Marques 


Gaia/Porto - PORTUGAL             







RIO POLUÍDO

Que água barrenta corre neste rio!...
É terra dos montes que a chuva arrastou
e as flores dos campos consigo levou.
Nos vales, agora, é só neve e frio…

O Estio se foi e o calor ardente
o acompanhou. Mudaram os tempos
e, para o povo, os contratempos
tão logo apareceram num repente!...

A ordem do tempo já é conhecida,
mas as pessoas, o mundo postergam
e  o Céu parece tudo ignorar…

As opiniões são tão esbatidas…
Que os nossos olhos apenas enxergam
nas aguas do rio, cinzas a boiar. 

© Joaquim Marques             

Gaia/Porto  -- PORTUGAL   


















TEMPOS DIFÍCEIS

O vento move núvens pardacentas
Encobrindo assim, o azul do céu;
As águas dos rios tornam-se barrentas
As noites aparecem negras como breu.

Chegou o Inverno, nas serras cai neve;
E a tristeza invadiu meu coração.
P’lo monte, um riacho corre como lebre...
Ao longe, já ouço ribombar o trovão.

Olho o céu escuro, não vejo estrelas;
Mas em mim cintila uma, a quem dei luz...
Que, com ou sem brilho, é a minha cruz.

Tempos difíceis, me trouxe este inverno
Mas no coração, inda há raios de luz,
Embora ofuscados... p’la sombra da cruz.


© Joaquim Marques           



Gaia/Porto -- PORTUGAL








TRISTEZA

A tristeza visível no meu rosto,
Não é só efeito duma reflexão;
É da senda percorrida, o desgosto,
Cujo rumo certo é meu coração.

Contudo, lembro que já fui alegre
Em momentos da vida, o que já passou;
Hoje, já nem penso, mesmo que breve,
No que fui ontem e no que hoje sou.

Há desgostos que não se podem esquecer;
Situações a enfrentar sem tibiezas;
Caminhos ambíguos a percorrer.

A vida dá-nos alegrias e tristezas
Mas tudo nela, tem princípio e fim
E este, está chegando para mim...


© Joaquim Marques           
 

Gaia/Porto -- PORTUGAL


ANIVERSÁRIOS

Como é bom ser pequenino… Ter nascido!
No aconchego do amor que nos espera;
Quem nasce num jardim, já bem florido…
Sente sempre o cheiro a Primavera.

Mas há flores que ficam degeneradas
Porque água e Sol não as atinge.
Assim, na vida há encruzilhadas…
Onde uns retrocedem, outros progridem.

Cada pessoa nasça como nasça…
Será acompanhada p’lo signo da vida
Que ditará o seu bom ou mau fadário.

Neste dia que passa, almejo para ti
 Vivência longínqua apetecida.
Parabéns! FELIZ ANIVERSÁRIO.

 Joaquim Marques



Natal




NATAL

© Joaquim Marques



Novamente chega o dia
que, com verdade ou fantasia,
todos lhe chamam de “Natal”.
Mas, porquê tanta alegoria
se sabemos, sem hipocrisia
que, em qualquer dia é natal?

Há dois natais, bem diferentes:
O dos que podem e o dos indigentes.
Jesus Cristo, ao lado destes, sorrirá
porque seus ideais são abrangentes
aos humildes sem sorte, aos crentes,
mas… aos restantes, não ignorará.

 Alegria, consumismo, esbanjamento.
Tristeza, dor, fome e sofrimento.
Palavras que não se interligam!…
Lágrimas que correm a todo momento
em rostos enrugados, em desalento…
 Os portugueses que o digam!...

Num apelo cristão, vos quero pedir, Jesus:
Vós, que morreste por nós numa cruz,
não deixeis que o mundo seja tão desigual.
Afastai a luxúria que a tantos seduz;
Iluminai-nos com a Vossa Luz;
Não deixeis perecer este meu Portugal.




Porto
PORTUGAL 
12-2013









CHORO PRA DENTRO

Alguém, com capacidade
para o dizer, me disse um dia:
--“Você chora para dentro”!
 E é verdade!...
Dentro de mim correm riachos
de lágrimas com sabor a sal…
Elas formam um rio
que tem sua foz no meu coração.
É aí nesse local, onde se adensam
com as águas salgadas do  mar imenso,
 deixando-lhes estas, o seu sabor.
Miticamente, imagino meu coração,
um estuário, onde aportam
embarcações de todo tamanho
carregadas de sentimentos!...
São aquelas  -- pequenas ou grandes  --
que me trazem lembranças de antanho.
De eras, em que bravos marinheiros
partiam  mar adentro , levando
alegria, esperança, nos seus corações
e, quantas vezes, traziam tristezas,
marcas de sofrimento e deceções…
Dum modo utópico, considero assim
meu coração:
 -- Um estuário -- sanguíneo,
donde partem e aportam
alegrias e tristezas,
que se transformam num verdadeiro
caudal  de emoções!...
Nele, navega meu barquinho
de sentimentos que, flutua ao
sabor da ondulação das marés.
Baixas ou altas, são elas que fazem
 tanta vez assomar aos meus olhos
de maneira visível, as tais
lágrimas com sabor a sal…
Que, formam riachos…
Correndo pra dentro!...


© Joaquim Marques            



Gaia/POrto -- PORTUGAL
2013










MÃOS DUM ESCREVEDOR



Estas minhas mãos que, de maneira suave
Escrevem alegria, tristeza e dor…
Que pintam Natureza e elevam amor,
Tanta vez sofrem o espasmo da vontade

Contrariando assim meu pensamento.
Sem qualquer contrato ou usura
Sua pele seca, vai-se tornando escura
E o reverbero é levado p’lo vento.

O brilho e o calor que transmitiam outrora
Começa a mirrar aos poucos, agora,
Deixando as veias mais perceptíveis.

Estas minhas mãos que tanto trabalharam,
Que tantas  mãos se-dosas afagaram…
Escrevem ainda, coisas previsíveis…


 © Joaquim Marques




 Porto -- PORTUGAL
2013



PROCURANDO A LUZ



Segues teu rumo  à procura da luz
Do Sol abençoado, que é teu farol;
Eu sigo tua sombra, como a duma cruz
Que é minha luz, do alvor ao arrebol .

Chegada a noite, procuro-te em sonhos
E te encontro entre estrelas fulgentes
Que, quando confrontam mistérios medonhos
Às vezes, se tornam estrelas candentes…

Mas é nessa galáxia nebulosa e triste
Onde teu ser, consegue encontrar luz
Porque pra ti, onde vives, ela não existe.

Mesmo sendo tua sombra minha cruz,
É minha auréola… embora triste!...
Para mim, tua sombra… é minha luz!


Joaquim Marques



PORTUGAL
30-09-2013

(a meu filho no dia se seu Aniversário Natalício)
TUDO ME FALA DE TI

© Joaquim Marques


Quando sigo por veredas do passado
Tudo, em meu redor, me fala de ti…
Cada pedra que piso, num tom magoado
Me perguntam, porque não voltei ali.

As árvores e sua frondosa folhagem
Que, tanta vez nos defendeu do calor;
Abrigam agora, aves de linda plumagem
Que, em uníssono cantam canções d’amor.

Daquele ermo, que foi nosso refúgio
Avisto o mar imenso, batido p’lo sol
Que me pergunta por ti, no seu arrebol…

A noite cai e, no céu constelado…
Todas as estrelas me falam de ti.
Estático fico, até que nasça o Sol.