PUDESSE  EU!

© Joaquim Marques


Ó mar imenso, alteroso e brando!
 Pudesse eu ir às tuas profundezas
E deixar lá todas as minhas tristezas!...
Eu o faria, ó mar! Mas como?...E quando?...

Te murmuro ó mar! Que contigo partilharia
Meus sonhos!...Todos os meus segredos...
Ilusões, ousadias e até meus medos!...
 Em teu leito, jamais alguém os saberia!

Tuas águas salgadas ó mar! Seriam
 O envoltório duma concha marinha,
Que, servindo de cofre, os guardaria.

Aí, ficariam adormecidos eternamente
Entre algas e corais!...  Pudesse eu,
Faria de ti, ó mar!... Meu confidente!...




Portugal
2007