CAMPO SANTO


©Joaquim Marques



Campo santo, onde jazem
corpos adormecidos eternamente
que foram santuários d’almas
 e agora são apenas despojos inertes
sob pedras marmóreas e graníticas
de maior ou menor porte…
Frias…
Como a própria morte!...

Sepulcrário onde tudo acaba
porque a terra, na sua profundeza
reduz a matéria a pó, cinza, nada…

Campo santo, sempre visitado
por multidões em dia de finados!

Elas levam aos que foram seus amores
  num efémero, mas lindo ramalhete de flores
toda a saudade que por eles sentem...
E, por vezes, uma lágrima…
 Simbolicamente representada por uma
gota d’agua que escorre em suas pétalas…

Jardins funéreos que enfeitam o dia
nos cemitérios!...
E, quando chega a noite,
a luz dos lampadários
alegoricamente, nos deixa vislumbrar
místicos cenários…

Tudo é silêncio!

Os sumptuosos mausoléus
 rodeados de verdes ciprestes
que mais parecem sentinelas vigilantes...
Ao agitarem a sombra da ramagem
nos vitrais das suas janelas,
criam efeitos místicos do sobrenatural…

As estatuetas, de maior ou menor beleza
parecem ter vida…
quando num mítico e imaginário aceno
nos dizem adeus...
Na hora da despedida!...




PORTUGAL
2010