RIO POLUÍDO
Que água barrenta corre neste rio!...
É terra dos montes que a chuva arrastou
e as flores dos campos consigo levou.
Nos vales, agora, é só neve e frio…
O Estio se foi e o calor ardente
o acompanhou. Mudaram os tempos
e, para o povo, os contratempos
tão logo apareceram num repente!...
A ordem do tempo já é conhecida,
mas as pessoas, o mundo postergam
e o Céu parece
tudo ignorar…
As opiniões são tão esbatidas…
Que os nossos olhos apenas enxergam
nas aguas do rio, cinzas a boiar.
©
Joaquim Marques
Gaia/Porto -- PORTUGAL